O SIPROTEC 5 (Siemens) oferece soluções robustas de proteção de linha com suporte a teleproteção, permitindo coordenação rápida e seletiva entre terminais remotos. Este tutorial apresenta um teste prático e ponta-a-ponta da função 85-21 (Distância + Teleproteção PUTT) nos relés 7SA87 e 7SA86, focando na validação de operação com Z1B sobrealcançada e transferência permissiva de sinal.
Acesse o tutorial completo:
O que é teleproteção PUTT
PUTT (Permissive Underreach Transfer Trip) é uma filosofia de proteção que combina:
- Distância de subalcance (Z1) no terminal local para detecção rápida de falta.
- Z1B sobrealcançada para cobrir a linha e parte do próximo trecho (permissão remota).
- Sinal de teleproteção enviado (ou recebido) para confirmação remota antes do disparo.
- Transferência permissiva: se a falta está fora da Z1 local, mas dentro da Z1B remota, o relé remoto envia um sinal autorizando o disparo instantâneo.
Resultado: seletividade máxima e velocidade de disparo sem necessidade de sobrealcance agressivo na zona 1.
Equipamento necessário
- Relés: 7SA87 e 7SA86 (SIPROTEC 5, Siemens)
- Ferramentas de teste:
- CE-6006 (testador portátil de relés)
- CE-6710 (testador universal com I/O de alta precisão)
- CE-7012 (unidade de testes de linha)
- CE-7024 (testador avançado multifunções)
- Cabos e conectores: conforme manual do relé e ferramenta de teste
- Software: DIGSI 5 (parametrização e lógicas)
Objetivo do teste
Validar o ciclo completo de operação da teleproteção PUTT com Z1B:
- Detecção de falta na zona 1 (subalcance) do terminal local.
- Envio de sinal de permissão (carrier/fibra/IP) para o relé remoto.
- Recepção e processamento do sinal no terminal remoto.
- Decisão de disparo: avaliação de zona (local Z1 vs. remoto Z1B).
- Disparo coordenado entre os terminais sem sobralcance prejudicial.
Fluxo típico de teste
Fase 1: Preparação
- Verificar parametrização dos relés (zonas, temporizações, ajustes de PUTT).
- Confirmar conectividade de teleproteção (canais de comunicação operacionais).
- Documentar: versão de firmware, configurações de SCL/DIGSI 5, evidências.
Fase 2: Testes unitários
- Teste de zona 1 (Z1): injetar falta dentro de Z1, confirmar detecção e tempo de operação instantâneo.
- Teste de Z1B: injetar falta fora de Z1, mas dentro de Z1B, confirmar que operação fica pendente até receber sinal PUTT.
- Teste de sinal de PUTT: simular envio/recepção, validar reconhecimento e lógica de permissão.
Fase 3: Teste ponta-a-ponta
- Usar dois terminais (7SA87/7SA86 em configuração mestre-mestre ou mestre-escravo).
- Injetar falta em diferentes posições (Z1 local, Z1B local, zona 2, etc.).
- Observar tempos de detecção, sinais enviados/recebidos e disparos.
- Registrar oscilografias, eventos (logs) e comparar com critérios de aceite.
Fase 4: Validação de critérios
- Confirmar que Z1 dispara instantaneamente sem aguardar sinal remoto.
- Confirmar que Z1B aguarda sinal PUTT antes de disparar.
- Validar latência de comunicação e garantir que não prejudica seletividade.
- Verificar rejeição de sinais espúrios e comportamento sob falhas de comunicação.
Boas práticas recomendadas
- Documentar cada etapa: configurações, cenários, tempos e evidências.
- Correlacionar oscilografias: sincronizar eventos entre os dois terminais para validar causalidade.
- Testar sob falhas: comportamento quando canais de comunicação caem, atraso artificial de sinal, etc.
- Validar lógicas DIGSI 5: revisar blocos de lógica de PUTT, temporizadores e contadores de eventos.
- Gerar relatório final: resumo de operação, conformidade com normas (IEC 60255, guias de comissionamento) e recomendações.
Ferramentas de teste em destaque
- CE-6006: portabilidade + precisão para testes manuais em campo.
- CE-6710: I/O de alta precisão (6 corrente + 4 tensão), ideal para testes automáticos e correlação analógica.
- CE-7012: especializada em testes de linha com suporte a distância, PUTT e outras funções de teleproteção.
- CE-7024: plataforma avançada com capacidades multifunção e integração com sistemas.
Interpretação de resultados
- Operação correta: Z1 dispara em < tempo parametrizado; Z1B espera sinal PUTT conforme lógica; tempos de comunicação aceitáveis.
- Anomalias comuns:
- Z1B dispara sem aguardar PUTT → revisar lógica de permissão e temporizadores.
- Sinal PUTT não reconhecido → verificar conectividade, sincronismo e formato de mensagem.
- Latência excessiva → avaliar canal de comunicação, capacidade de rede ou processamento.
Próximos passos após o teste
- Arquivar evidências e relatório no sistema de comissionamento.
- Comunicar resultados ao operador/centro de operações.
- Definir estratégia de monitoramento: logs de evento, indicadores de desempenho (KPIs).
- Planejar manutenção periódica: validações recorrentes (anualmente ou conforme norma).
Conclusão
O teste de teleproteção PUTT é crítico para garantir seletividade e velocidade em proteção de linhas de transmissão/distribuição. Com as ferramentas certas (CE-6006, CE-6710, CE-7012, CE-7024) e uma metodologia estruturada, você valida que os relés 7SA87/7SA86 atendem aos requisitos funcionais e operacionais. A documentação rigorosa e a correlação de eventos entre terminais remotos são a chave para comissionamento confiável e auditorável.
Acesse o tutorial completo para detalhes práticos e roteiros de teste:





























